Quem sou eu

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Professora do Ensino Público na cidade de Campinas-SP. Leciono as disciplinas de História e de Ensino Religioso. Sempre curiosa, sou apaixonada por Lispector, Guimarães Rosa, Shakespeare, Espinoza e Dante Alighieri. Adoro escutar Maria Bethania, Lenine, Arnaldo Antunes, Nana Caymmi e MV Bill cantando. Seu Jorge e Bjork também me agradam. Ataco de artesã quando me dá 'na telha' e sou descendente - tanto por parte de mãe quanto de pai - de uma linhagem de 'cantadores': contadores de história. Sou bisneta de um índio tropeiro e de um italiano fascista. O filho do primeiro se apaixonou pela filha do segundo: sou fruto de um encontro pouco provável mas não impossível. Acostumada, portanto, a lidar com o preconceito, com o inesperado e a enfrentar desafios: é por isso que faço parte da Educação pública paulista!

sábado, 21 de agosto de 2010

História e Literatura - um diálogo possível

Da reflexão de estudiosos como Hayden White surge a desconstrução da teoria instituída no século XIX que teria conseguido assegurar até algumas décadas do século XX a noção de que literatura e história são campos distintos, indicando que, enquanto um ficcionaliza o real, o outro o estabelece. Baseada nessa visão, as opções de história pretendiam a cientificidade da disciplina a qualquer preço, e a história autodenominou-se a única possibilidade de registro da realidade do passado, não reconhecendo essa capacidade na literatura. Embora a descrença no discurso científico unitário sobre o homem e a sociedade tenha se agudizado no quadro da crise dos paradigmas de interpretação do real na transição do século XX para o XXI, o debate sobre a história e suas conexões com os gêneros literários já estava colocado desde a década de setenta do século passado.


Ao pretender estabelecer relações entre História e Literatura, procura-se compreender que a literatura é, além de um fenômeno estético, uma manifestação cultural e portanto uma possibilidade de registro do movimento que realiza o ser humano na sua historicidade, seus anseios e suas visões de mundo, permitindo ao historiador assumi-la como espaço de pesquisa. Assim, não se trata de substituir a ficção pela história, mas de possibilitar uma aproximação poética em que todos os pontos de vista, contraditórios mas convergentes, estejam presentes, formando o que Steenmeijer chamou de representação totalizadora. Possibilitando assim que a literatura possa ser considerada como uma leitora privilegiada dos acontecimentos históricos.

Com a proposta de refletir sobre literatura na perspectiva da história social, Sidney Chalhoub e Leonardo Pereira assumem a proposta de historicizar a obra literária – seja ela romance, conto, poesia ou crônica -, inserindo-a no movimento da sociedade, investigando suas redes de interlocução social, destrinchando não a sua suposta autonomia em relação à sociedade, mas sim a forma como constrói ou representa a sua relação com a realidade social. Os autores argumentam que a obra literária é uma evidência histórica objetivamente determinada, ou seja, situada no processo histórico; necessita, portanto, ser adequadamente interrogada a partir de suas propriedades específicas. “Para historiadores, a literatura é, enfim testemunho histórico”, afirmam.

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CLIO - a musa da História: um pouco de Mitologia Grega

As musas eram deusas gregas que presidiam às artes. Clio é uma das nove musas, filhas de Zeus - o rei dos deuses e de Mnemósine - a deusa da Memória e, junto com suas irmãs habita o Monte Hélicon. As musas reúnem-se, sob a assistência de Apolo, junto à fonte Hipocrene, presidindo às artes e às ciências com o dom de inspirar os governantes e restabelecer a paz entre os homens.

Clio é a musa da História e da criatividade, aquela que divulga e celebra as realizações. Preside a eloqüência, sendo a fiadora das relações políticas entre homens e nações. É representada como uma jovem coroada de louros, trazendo na mão direita uma trombeta e, na esquerda, um livro intitulado "Thucydide" (Tucídides - historiador grego antigo). Outras representações apresentam-na segurando um rolo de pergaminho e uma pena, atributos que, às vezes, também acompanham Calíope, a musa da poesia. Clio é considerada a inventora da guitarra. Em algumas de suas estátuas traz esse instrumento em uma das mãos e, na outra, um plectro (palheta). Um dos nove livros de Heródoto (historiador grego, considerado "o pai da história") leva o nome de Clio, em homenagem à deusa.